domingo, 5 de junho de 2011

Um novo coração


Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” – Provérbios 4.23.
A Palavra de Deus é sempre surpreendente. Por mais que a consideremos um livro escrito a tanto tempo, sempre nos traz novas formas de vermos o mundo, de inspiração e de compreensão da vida. Quando sistematizamos a palavra “coração” nos deparamos com uma verdadeira “cardio-teologia”.
 
No aspecto físico de uma pessoa adulta é apenas um órgão do tamanho de um punho, que pesa 500 g, dividido em 2 aurículos e 2 ventríloquos, envolto por uma membrana chamada pericárdio... Mas quando fazemos uma conta de seu funcionamento ficamos surpresos com os números: Batendo 70 vezes por minuto, em uma hora será 4.200, 100.800 por dia, 36.792.000 por ano e 2.575.440.000 para quem vive setenta anos...
 
Não é uma maravilha de uma bomba que trabalha 24 horas em todos os dias inclusive os feriados? Devemos cuidar desta preciosa obra prima da natureza.
 
E quando consideramos o coração como emoção e razão? A isto a Bíblia também alerta:
 
O coração é o nosso bem mais precioso: “Sobre tudo o que deve guardar...”. Assim como cuidamos da nossa aparência devemos zelar do nosso interior. “Sobre tudo” significa prioridade, valorização máxima, cuidado especial....
 
O coração deve ser guardado. “guarda o teu coração”. Se para o coração físico deve ser evitado o excesso de gordura, o alto índice de triglicérides e do mal colesterol, imaginemos quando ele é visto espiritualmente! Devemos eliminar radicalmente o ódio, a maldade, a vingança, a falta de perdão, a mentira, a vaidade, a inveja, a más intenções, o orgulho, os vícios...
 
A vida depende do coração. “... porque dele procedem as fontes da vida.” Sim, a vida depende do coração. Sem alguns membros ou órgãos alguém pode, mesmo que vegetativamente viver, mas não sem o coração. Artificial ou transplantado dependemos de um.
 
Devemos deixar espiritualmente o nosso coração nas mãos de Jesus, que veio ao mundo e ensinou que para vivermos bem devemos perdoar sempre e amar intensamente a todos, que deu o Seu sangue numa cruz e depois teve o “coração derretido como cera” em nosso lugar conforme o Salmo 22.14.
 
Se precisarmos de uma cura é só orar como Davi: "Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto." - Salmo 51.10.  O transplante será imediato, sem filas, de graça e sem qualquer rejeição. Como saber? É só olhar a história nos últimos dois mil anos e muitos que estão próximos e veremos tanta gente boa curada pela Sua graça, misericórdia, amor e perdão.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

A autodisciplina

Por Pr. Elias Alves Ferreira

“Então, disse Jesus aos seus discípulos: Se alguém quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz e siga-me; porque aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á”. Mateus 16.24, 25.

A vida Cristã traz a mensagem de uma vida convicta. A pergunta mais simples que devemos fazer é: Cremos realmente naquilo que vivemos? Ser Cristão é antes de tudo viver um quebrantamento com brandura e amor. É ainda, seguir as pisadas de Jesus, fazendo dEle o alvo supremo. Não pode haver abismo entre o “dizer” e o “ser”. O discernimento de Cristo deve ser inesquecível: “Pelos frutos os conhecereis” – Mateus 7.16. Dizer que tem fé e não agir para agradar a Deus é uma contradição. “A fé sem obras é morta” – Tiago 2.26.
Os grandes heróis da fé foram vitoriosos por que levaram uma vida de completa disciplina. As palavras “discípulo” e “disciplina” estão irmanadas entre si. A profissão de fé deve ser diária e mais em atitudes do que em palavras.
Numa linguagem clara Jesus afirmou que o verdadeiro discipulado envolve: Autodisciplina voluntária - “Se alguém quiser”, autonegação - “renuncie-se a si mesmo” - compromisso com a cruz pessoal  “tome a sua cruz” e por último, submissão e ação - “siga-me”.

A autodisciplina é importante por que demonstra que somos livres e podemos optar. Deus nos fez seres livres. Não nos formatou, ao contrário, nos dinamizou. Podemos escolher nosso futuro.  Mas autodisciplina também revela a cruz, a qual implica lutas e dificuldades. Muitos discípulos dos dias de Cristo não entenderam e “tornaram para trás e já não andavam com ele” – João 6.66. É no exercício diário que se prepara o atleta.
De uma forma intensa, autodisciplina culmina com “Perder a vida”. Perder a vida significa desprezar o que é errado, entregar totalmente a Deus e substituir tudo por Jesus. Esta perda, no entanto, se transforma em ganho, em lucro de “cem vezes mais e por fim a vida eterna” – Mateus 19.29.

Porém, este estilo de vida somente tem valor se for feita em amor. Assim diz o texto: “quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á”. A condição primária é o amor, por que tudo que foi feito por nós, foi movido por este indispensável atributo.
A humanização, a morte e ressurreição do Senhor é expressão do amor eterno para que tenhamos “... vida e vida em abundância” – João 10.10.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Estratégias de Centurião


Por Pr. Elias Alves Ferreira
A história do Centurião aconteceu quando Jesus estava entrando em Cafarnaum e ele rogou a Jesus que curasse o seu criado que estava paralítico e violentamente atormentado (Mateus 8.8-13). Jesus disse que iria lá, onde ele estava para curá-lo, neste momento o Comandante de Cem Soldados, pediu a Jesus que não fosse a sua casa, pois era indigno, mas que dissesse apenas uma palavra e o criado ficaria curado. Jesus admirou sua fé e disse que o criado já estava curado, o que foi comprovado pelo oficial quando chegou a sua casa.
O natural de um Centurião seria nos fornecer estratégias militares. Neste caso “sui generis” aprendemos três estratégias espirituais para a nossa vida diária:
Primeira: A Humildade“Senhor não sou digno...” - Ao chamar Jesus de Senhor, o comandante Romano, se colocava em posição inferior a este, e ao dizer que não era digno que Jesus entrasse debaixo de seu telhado, reconhece Jesus como alguém em posição muito além da sua. Neste sentido podemos ler em Lucas 14.11 “Porque todo o que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado”.  
Segunda: Amor ao próximo: “O meu criado...” - O centurião deixa de lado sua posição e em meio à multidão surge com suplicas na busca de cura para o seu empregado. Revestido de humildade, abre o seu coração e roga a Jesus pelo seu semelhante. O Apóstolo Tiago escreveu o seguinte: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado” -. Tiago 4.17.
Terceira: Fé: “dize somente uma palavra...” - A psicologia militar do Centurião lhe valeu naquele momento a fim de apresentar a grandeza da sua fé. A onipresença de Deus (estar em todo lugar ao mesmo tempo) levou-o a crer que se a ordem de Jesus para curar o criado fosse dada ali mesmo, com certeza, nada poderia impedir. A fé do Centurião, que suplicava pela cura, era suficiente para crer que a palavra de Jesus encurtaria o espaço físico e atingiria seu objetivo. Uma fé tamanha que recebe o elogio do próprio Mestre Jesus. Isaias 43.13 “Eu sou Deus; também de hoje em diante, eu o sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando Eu, quem impedirá?”. O Centurião, mesmo sem conhecer, creu nesta palavra.
Que a humildade, o amor ao próximo e a fé, sejam objetivos permanentes de sua vida.


John Stott: 90 anos de vida com Deus

Nascido em 27 de abril de 1921, na Inglaterra, John Stott completou 90 anos de vida, dos quais, a maior parte ele tem dedicado ao Senhor Jesus. Considerado um dos evangélicos mais respeitados em todo o mundo, Stott tem dado uma contribuição decisiva para a Igreja Cristã e Evangélica nas últimas décadas. Sem dúvida, a sua maior colaboração tem sido na produção e distribuição em larga escala de seus livros, tais como o best seller A Cruz de Cristo, A Mensagem de Romanos e Cristianismo Básico.

Ele foi apontado em 2005 pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Segundo site da Editora Mundo Cristão, John Stott se tornou ainda mais conhecido depois do Congresso de Lausanne, em 1974, quando se destacou na defesa do conceito de Evangelho Integral, uma abordagem cristã mais ampla, abrangendo a promoção do Reino de Deus também na transformação da sociedade a partir da ética e dos valores cristãos.  

Em nossos dias, quando vemos que tantas pessoas gastam o seu precioso tempo com leituras de livros e outras literaturas que pouco ou nada contribuem para a edificação cristã, é reconfortante saber que Deus tem preservado a vida de um homem valoroso como John Stott. Como pastor e  escritor cristão, tem sido certamente uma das vidas mais dedicadas à causa do Evangelho no século XX e início do século XXI. Oremos para que Deus continue lhe concedendo saúde e que ele se mantenha exercendo a função de importante defensor da Teologia Ortodoxa. 

Seguem algumas afirmações de Stott, extraídas de algumas de suas obras:

“Apesar da grande importância do seu ensino, exemplo e obras de compaixão e poder, nenhuma destas coisas ocupava o centro da missão de Jesus. O que lhe dominava a mente não era viver, mas dar a sua vida”.       A Cruz de Cristo, Editora Vida, p. 25.

“O amor não é egoísta. A essência do amor é abnegação. O mais miserável dos homens pode ocasionalmente demonstrar nobreza de caráter, mas isso resplandecia na vida de Jesus como uma chama cujo brilho é inextinguível” - Cristianismo Básico, Ed. Ultimato, p. 56.

“Ressentimo-nos das intrusões de Cristo à nossa vida privada, sua exigência de nossa homenagem, sua expectativa de nossa obediência. Por que é que Ele não cuida de seus próprios negócios, perguntamos petulantemente, e nos deixa em paz? A essa pergunta Ele instantaneamente responde dizendo que nós somos o seu negócio e que jamais nos deixará sozinhos” – A Cruz de Cristo, Ed. Vida, p. 47.

“Confesso ser crente na necessidade indispensável da pregação, tanto para o evangelismo quanto para o crescimento saudável da igreja. A situação contemporânea torna mais difícil a pregação, mas não a torna menos necessária” - Eu Creio na Pregação, Ed. Vida, p. 9.

Pr. Marcio Rogério Gomes David é diretor do setor Ceará da Igreja Adventista da Promessa

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Saudade de Deus


Por Pr. Elias Alves Ferreira


“Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim”. – Jó 19.27
Um dos privilégios do nosso idioma é possuir uma palavra exclusiva para definir o sentimento da lembrança ou da falta – saudade. Saudade pode ser abstrata na definição, mas concreta para quem a possui.
Um dia, Jó perscrutando o coração, percebe este sentimento por alguém muito especial para sua vida – Deus. Mas como poderia sentir saudade sem te-lo visto com os olhos naturais? É fácil compreender o sentimento de Jó, porque somos humanos como ele. A humanidade teve origem no Jardim do Éden. Neste lugar, além de tudo estar em perfeito equilíbrio, havia um encontro pessoal e diário com o Criador. Não fomos criados para o sofrimento e a morte. Fomos criados para uma vida em completa harmonia com o Todo-Poderoso. Mas hoje, distante do lar ideal, sentimos saudade.
Há momentos na vida, quando tudo está calmo, somos invadidos por uma profunda saudade – asaudade existencial. Não é falta de uma comida que gostamos, de alguém que amamos ou de algum bem material. Embora sejam as nossas primeiras reações, a falta é de Deus. Os rios são para o mar, as estrelas para o céu e nós fomos para Deus.
O dia glorioso avizinha-se que encontraremos pessoalmente o autor do universo e da vida. Na eternal cidade de ouro transparente, na praça central, na companhia dos anjos e dos salvos de todos os tempos, “mataremos” a saudade do Senhor. Poderemos dizer pessoalmente ao Cristo Vivo, a declaração de amor por Ele ter dado a Sua vida em nosso lugar. Enquanto este dia não chega, podemos nos preparar ouvindo Seus conselhos de amor através da Bíblia; descobrindo os propósitos específicos para nossa vida; fazendo dEle nosso melhor amigo através da oração; eservindo-O diligentemente.
Jó para descobrir a saudade de Deus teve que perder os filhos, a companhia da esposa, os bens e a saúde. Assentado num monte de cinzas, humilhado, alquebrado, rende-se dizendo: “Quero ver a Deus o quanto antes”, “Estou com uma tremenda falta de Deus” – “Meu coração pulsa acelerado por Deus” – Paráfrase.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O caminho da paz


Por Pr. Elias Alves Ferreira

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” – Jesus - João 14.27. 


Provavelmente, em todas as línguas, a palavra mais desejada e pronunciada é a paz. Ondas de terror em várias partes do mundo. Violência gerada pela corrupção e desigualdade social domina em vários países, inclusive o nosso.
Mas paz, muito mais que ausência de guerra e um padrão econômico elevado, é também um estado interior, espiritual. Desta forma, a Bíblia Sagrada anuncia o caminho da paz. 
A paz completa começa e culmina em Jesus. Isaías profetizou, mais ou menos 700 a.C, que Cristo seria o governante da paz: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz" - Isaías 9.6. Na noite do Seu nascimento os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens” – Lucas 2.14. Nos dias do Seu ministério terreno fez a doação da verdadeira paz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou...” - João 14.27(a). Quando morreu na cruz estava franqueando ao mundo a paz: “Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele...” – Isaías 53.5. A paz do Senhor começa na terra e continua na eternidade: “E o efeito da justiça será paz, e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre” - Isaías 32.17.
Quando temos um encontro com o Salvador, Ele passa a agir em todas as esferas das nossas vidas e o resultado é uma segurança, ou seja, paz. Paz com nosso mundo interior, conosco mesmos. Paz com Deus porque a dívida do pecado encontra-se quitada diante do Grande Trono. Paz com o próximo porque aprendemos a perdoar, a aceitar e a amar indistintamente. É uma vida livre, uma repetição das palavras de Paulo: “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” - Romanos 8.34. É o alegre cantar do Salmo 85.10 - "A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram". A justiça (coisas certas) e a paz (segurança e tranqüilidade) são irmãs siamesas, inseparáveis. Não dá para ter paz com algo errado. Mas como acertar plenamente conosco, com Deus e o próximo? Somente através do único e perfeito caminho chamado Jesus que disse: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim" - João 14.6 (b).